O encarecimento no custo de vida das
famílias brasileiras, em decorrência da desaceleração econômica, tem
refletido no crescimento da inadimplência, conforme apresentou último
levantamento da Serasa Experian. Entre as principais dívidas contraídas
pelos consumidores está o financiamento imobiliário, que ascendeu nos
últimos quatro anos devido à redução da taxa de juros e está entre as
principais contas deixadas de lado no momento de aperto, crescimento de
3,2%, segundo a pesquisa.
Embora o cenário não seja dos mais otimistas, quem está financiando a
casa própria precisa ficar atento, pois a terceira parcela em atraso
implica na consolidação do bem pelo agente financeiro, ou seja, a
retomada da propriedade. De acordo com a Associação Nacional dos
Mutuários – Regional Paraná (ANM-PR), a facilidade no financiamento de
imóveis impulsionou as compras e proporcionalmente fez com que as
construções se valorizassem, o que acabou pressionando os preço e o
consumidor. Para adequar o valor do bem ao orçamento e viabilizar o
financiamento, muitos optaram por declarar renda superior a real.
“Forjar a renda não deve estar entre as opções de quem pretende
adquirir um imóvel. Estamos em um momento volátil economicamente e o
financiamento não pode comprometer mais do que 30% do orçamento
doméstico”, alerta o presidente da ANM-PR, Luiz Alberto Copetti.
Outro fato destacado pela associação é que o não recebimento de
notificações do agente financeiro pelo mutuário no caso de atraso, o que
tem permitido a reversão dos leilões na justiça. “Sem a notificação a
retomada do imóvel para leilão perde a legalidade. Pois é direito do
mutuário receber o aviso prévio e ter condições de decidir quais medidas
ira tomar para reverter a situação”, defende Copetti.
Conscientização – A fim de esclarecer dúvidas sobre a compra de
imóveis a ANM-PR lançou a versão atualizada do Guia dos Mutuários,
distribuída gratuitamente nos condomínios residenciais de Curitiba e
Região Metropolitana. A cartilha, que chega a sua 9ª edição, possibilita
a consulta rápida aos questionamentos mais comuns sobre o
financiamento. Além disso, periodicamente tem sido realizadas campanhas
de conscientização para incentivar os mutuários a evitarem o atraso da
terceira parcela do financiamento, entre outras cautelas. A associação
conta com equipe técnica que avalia a necessidade de intervenção
judicial.
Fonte: Associação Nacional dos Mutuários
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